Violência

A violência é algo que nos oprime, destrói a nossa autoestima, a nossa capacidade de vivermos com liberdade, com alegria e esperança. Sim, a violência mata a nossa esperança. A de termos um mundo melhor, mais digno e mais humano.

Ela não tem cor, não tem credo ou classe social. Vive muitas vezes silenciosamente na calada da noite, outras vezes durante o dia através de olhares, palavras e gestos. Mostra antes de tudo, um profundo desrespeito em relação ao outro.

Na verdade a violência é uma grande dificuldade de autocontrole, onde tem como alimentos o orgulho, o egoísmo, a impaciência e a dificuldade em tolerar a frustração (porque não se pode ter sempre o que se quer e como se quer). A pessoa violenta age como se o outro lhe pertencesse, de corpo e alma.

E o que torna algumas pessoas tão violentas?
Kardec no ESE (pág. 132) diz: “O corpo não dá impulsos de cólera a quem não os tem, como não dá outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito. Sem isso onde estariam o mérito e a responsabilidade?”.

Descartamos então, a questão genética e da hereditariedade. Passamos a entender este ser dentro de seu modelo emocional e espiritual.

E como entender a violência dentro desse aspecto?
O Ser percorrendo a caminhada da evolução, através do princípio espiritual, vai adquirindo experiências, emoções e conhecimentos através da experimentação e vivência nos reinos mineral, vegetal, animal e hominal. Com isso, o princípio espiritual vai adquirindo experiências e levando-as consigo para as outras etapas que ainda experimentará.

No reino animal, os instintos são de vital importância para a sobrevivência do animal e de sua espécie. O principio espiritual vivencia essas situações e os instintos se fixam durante um longo período. Somente quando as faculdades superiores eclodirem, através do conhecimento estruturado, do entendimento de si mesmo e da dor alheia é que brotará o discernimento em relação aos sentimentos mais nobres como o amor, o perdão, a fraternidade, a igualdade.

Desde que nascemos apresentamos traços e características que muitas vezes são dissonantes com a nossa formação familiar e cultural. São traços únicos e exclusivos nossos, que muitas vezes não são entendidos por aqueles que nos cercam. São as nossas tendências. E falar de tendências é antes de tudo falar de caráter.

E o que é o caráter?
É o conjunto de tendências boas ou más, que o indivíduo traz consigo de vivências passadas. Elas se manifestam desde a tenra infância e serão estimuladas, reforçadas ou inibidas pela interação com o meio. Podem ser negativas ou positivas. As negativas geralmente são ancoradas pelo orgulho, que podemos observar através da inveja, ciúme, intolerância, egoísmo, vaidade, prepotência, etc.

Nós manifestamos nosso caráter através de determinados padrões de comportamento, ou seja, através de sentimentos e pensamentos que repetimos sistematicamente (vida após vida). Porque não conseguimos resistir a eles ou porque eles nos dão alguma vantagem ou lucros secundários.

Normalmente estes padrões vêm representados pelos papéis de dominador, submisso, sedutor, vítima, perdedor, revoltado, etc. São padrões fortemente entrelaçados no nosso caráter, como se fosse a nossa marca registrada ou o jeito que gostamos de ser. E o que acontece? Diante de uma frustração, jogamos para fora o que somos em essência, o que o verniz social não foi capaz de sustentar.

Mas não é só a frustração que desencadeia a violência. O medo de enfrentarmos os problemas, a competitividade acirrada, também pode desencadear.

Pelo fato do ser humano ser dirigido por suas paixões, impulsos e fraquezas, ele precisa adquirir um maior controle sobre si mesmo.

Enquanto ele não acordar para os sentimentos mais nobres, exercitando esses sentimentos, pondo-os em prática no seu dia-a-dia, haverá uma predominância dos hábitos automáticos de defesa e preservação da vida como a agressividade e a violência. Ser um ser com compaixão, amor e tolerância significa ter autocontrole e aprender a extrair a positividade que há em toda a crise, todo o problema.

Que tipo de terapêutica pode funcionar?
Milagres e destinos não existem. Tudo na vida é um reflexo da aspiração que a alma sente por sua natureza divina. Através do nosso livre arbítrio, somos nós que optamos por qual caminho devemos seguir.

O homem veio a terra para aprimorar-se espiritualmente, para atingir a luz da verdade e isso só irá acontecer quando ele aprender a amar, porque o amor é o decreto sublime do universo para o crescimento e a felicidade de todos os seres.

O mal como essência em verdade não existe. Todos, inclusive aqueles que parecem estar totalmente mergulhados no mal têm lampejos de luz, lampejos de amor. Somos todos, sem distinção anjos a caminho da luz. Todos seremos anjos um dia.Viemos da luz e para ela voltaremos. A luz da verdade ilumina nosso ser, norteia a nossa ignorância e quando nos abrimos para ela, o nosso ser se ilumina e se amplia num sentimento profundo de compaixão, resultado do amor incondicional.

A paixão é um fenômeno atrelado à gênese do egoísmo, enquanto o amor é a etapa das relações em que existe a renúncia do “eu”. Exercitemos o amor que existe em nós. Deixemos que ele brote e jorre infinitamente. Só o amor, possibilitará uma humanidade mais fraterna.

Sabemos que as energias positivas alimentam e revigoram o Ser Humano, propiciando bem estar e cura. Deixemos que estas energias trabalhem em nós. Como? Mudando posturas, pensamentos, sentimentos, ações, deixando de alimentar ressentimentos e sendo mais flexíveis. Desta forma, nos libertaremos das condutas que nos fazem mal e passaremos a ter resultados diferentes. Seremos mais felizes.

Se você está vivendo um momento de frustração, de dificuldade e de dor, pare, reflita. O que está precisando aprender? Sair batendo, violentando, maltratando as pessoas não resolverá os seus problemas. Abra seu coração para a experiência do amor, mergulhe num aprendizado sem violência, sem dor e sem culpa.

Kardec no ESE diz: “Quando a lei do amor e da caridade for a lei da humanidade, não haverá mais egoísmo: o fraco e o pacífico não serão mais explorados nem espezinhados pelo forte e violento”

E finalmente, quando atingirmos essa iluminação e sabedoria, deixando que o amor supremo trabalhe em nós, tornaremo-nos UM com o Pai. Conseguiremos reconhecer a presença divina em si mesmo, em tudo e em todos. Nesse ponto da nossa escalada evolutiva não haverá mais lugar para o egoísmo, para a vaidade, a violência, a inveja e o orgulho.

PENSE NISSO!

Guaraciara Maia

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